Um medicamento unitarizado é um medicamento fracionado?
Sim!
Unitarizar (unit dose re-packaging en inglês) é o processo de preparar os medicamentos na forma pronta como os blisteres e ampolas, assim, serão administrados aos pacientes. Este processo é normalmente realizado na Farmácia do Hospital, no Setor de Armazenagem de Medicamentos ou no Centro de Unitarização. Em vários hospitais esse processo é de responsabilidade e controle da farmácia do hospital.
A unitarização envolve dois processos principais: embalagem, impressão da etiqueta ou embalagem unitária e pode ser efetuada manualmente ou com máquinas unitarizadoras.
Outras tarefas do processo de unitarização são:
1) Retirar os medicamentos do estoque;
2) Montar uma Ordem de Produção de Unitarização com a informação correspondente: autorização, código de barras, quantidade de medicamentos, validade etc.;
3) Conseguir os materiais para unitarizar;
4) Cortar os blísteres;
5) Separar os medicamentos de suas embalagens secundárias ou caixas;
6) Imprimir as etiquetas no caso de unitarização manual;
7) Embalar e etiquetar (unitarizar);
8) Formar grupos adequados para o manuseio posterior dentro estoque e colocar etiqueta.
9) Guardar em local correto o local de armazenagem.
Este processo é normalmente realizado imediatamente ao receber os medicamentos no hospital e antes de entrar no Estoque Fechado (estoque 1). Em processos de unitarização com máquinas automáticas, este é o procedimento padrão.
Em casos de unitarização manual nem sempre é possível fazer assim e algumas vezes, os medicamentos são armazenados no estoque e posteriormente enviados para unitarização.
Hoje, existem máquinas que cortam os blisteres automaticamente, que são utilizadas por hospitais de mais de 150 leitos. E também máquinas semiautomáticas de unitarização e dispositivos para realizar todo o processo em forma automatizada, sem a presença constante do operador em todos os ciclos.
Então, por que Unitarizar?
Principalmente para centralizar o controle dos medicamentos na Farmácia Hospitalar, para diferenciar as embalagens, acrescentar os códigos de barras e manter a segurança do paciente. Essa centralização do controle permite redução de até 57% de Eventos Adversos, segundo dois estudos realizados na Alemanha e EUA.
Assim, como a diminuição do tempo ocupado pelas enfermeiras para unitarizar nos diversos andares e a redução do desperdício.
Mas, a unitarização ainda não está generalizada em todos os países, como na Europa que ainda em vários países se despacham os medicamentos para as enfermarias em caixas que são unitarizadas no momento de uso. Já nos EUA unitarizam ou embalam, muitos medicamentos sem blister, recebidas em frascos grandes, para serem armazenadas em armários eletrônicos das enfermarias ou setores.
Unitarizar para diferenciar
As ampolas e os blísteres recebidos diretamente dos laboratórios não contam com a necessária diferenciação para ser utilizados dentro do hospital.
Cada hospital e cada profissional de farmácia tem suas próprias regras sobre como “customizar” a apresentação da embalagem. Em geral, incidentes do passado recente influenciam sobre os critérios para evitar novos incidentes. Isto cria uma grande variedade de critérios de diferenciação em cada hospital que a indústria farmacêutica não pode resolver.
A colocação dos códigos de barras com as identificações do hospital são importantes, e alguns casos se adiciona um código serial, onde cada embalagem tem um código ou identificação diferente e pode ser rastreado individualmente, desde o início até o final do uso e associado a um determinado paciente, garantindo um maior controle em todo o processo de unitarização.
Atualmente, o fracionamento de medicamentos ou unitarização, pode ser efetuado através de máquinas unitarizadoras e essa automação hospitalar contribui para a transformação no hospital.
A unitarização favorece a agilidade, rapidez e maior confiabilidade nos processos internos da farmácia hospitalar, prezando pela segurança do paciente.